Por Carlos Mazza, O Povo
Em passagem pela Capital cearense, Luís Roberto Barroso classificou proposta como “inconveniente”, mas reforçou palavra final do Congresso no assunto
Em passagem por Fortaleza, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso classificou como “inconveniente” proposta de redução da maioridade penal em discussão no Congresso. Propondo investimentos nas condições de unidades de internação, o ministro comparou redução “linear” com matricular jovens em “escolas do crime”.
“Acho que o País faria melhor investimento se melhorasse a condição dos estabelecimentos onde os menores cumprem medidas restritivas, do que reduzir linearmente a maioridade, e colocar no mesmo tipo de estabelecimento jovens de 16 anos e líderes das grandes facções, porque aí estaremos matriculando esses meninos em escolas do crime”, disse.
Destacando que a medida é decisão do Congresso, o ministro ponderou ainda dúvidas se a questão não afeta cláusula pétrea – não podendo ser alterada. “No geral, acho que é inconveniente, isso vai aumentar a clientela de um sistema já exaurido. Porém, esta é decisão política do Congresso. Sobretudo com restrição aos crimes hediondos, com por exemplo homicídio”.
ONU afirma que reduzir maioridade pode agravar violência no BrasilRedução da maioridade vai aumentar violência, diz juizBancada do CE se divide sobre a redução da maioridade
Luís Roberto Barroso está em Fortaleza na sexta-feira, 15, onde participou de debate no Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre “Dignidade da Pessoa Humana e Direitos Fundamentais”. Depois do evento, o ministro se dirigiu à Universidade Federal do Ceará (UFC), onde participa de cerimônia dos 90 anos do constitucionalista cearense Paulo Bonavides.