Na tevê e nas ruas, gatilho contra jovens negros é disparado todo dia

Por Ana Carolina Westrup*, do Coletivo Intervozes, Via Carta Capital

Mapa da Violência 2015 mostra que a maior parte da população assassinada no Brasil é jovem e negra, enquanto a televisão traz esses setores como promotores da violência

População negra

Neste momento em que se discute o aumento da violência e possíveis soluções para enfrentar esse cenário, uma importante publicação traz à tona informações que elucidam quem são as reais vitimas das mortes violentas e em quais circunstâncias esses fatos ocorrem. Lançado na última quinta-feira (14), o Mapa da Violência no Brasil 2015: mortes matadas por armas de fogo traduz a cruel realidade escondida como migalha embaixo do tapete, longe das reuniões de pauta dos grandes meios de comunicação: o crescimento do número de mortes por armas de fogo na população em geral e, de forma alarmante, da juventude brasileira entre 15 a 29 anos, sobretudo quando se trata de pessoas negras.

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Jacqueline Sinhoretto: “Soluções violentas não geram segurança, mas extermínio”

Por Igor Utsumi, Revista Época

Para socióloga, não há investimento suficiente para proteger o jovem, principal vítima de armas de fogo no Brasil.

Para Jacqueline Sinhoretto, socióloga e coordenadora do Grupo de Estudos sobre a Violência e Administração de Conflitos (GEVAC) da UFSCar, o agravamento do problema está ligado às atuais políticas de segurança pública. Segundo ela, não há investimento suficiente para proteger os jovens. Em vez disso, há uma percepção geral de que crimes devem ser enfrentados com violência. Em entrevista a ÉPOCA, Jacqueline afirma que isso é problemático: “Não gera segurança, mas extermínio”.

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