Jesus nasceu em África e era negro

Do Blog Negro Belchior

O texto que replico aqui foi compartilhado ainda em 2012, pelo amigo Jonathan Marcelino, doutorando em geografia humana pela USP, estudioso das questões raciais e pessoa extremamente comprometida com a luta antirracista. Quando li, me lembrei imediatamente de uma passagem do filme de Mohammad Ali, quando brigando com o pai, disse que não ganharia a vida pintando Jesus louro de olhos azuis…

Jesus menino e sua família nasceu na África, se escondeu entre os negros por se confundir com eles… e para quem acredita, aí estão as fontes bíblicas.

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Frases racistas que pessoas negras estão acostumadas a ouvir

Quanto a gente inverte as coisas o a racismo fica mais evidente. Por Iran Giusti e pesquisa realizada com o auxílio de Alcides Lima De Lima Jr e Mariana Benedito.

1. “Eu não sou racista, até tenho amigas brancas”.

2. “Não tenho preconceito, eu tinha um amigo branco na infância que até comia na minha casa… “

3. “Você acha que tem preconceito contra branco no Brasil?”

4. “Como você fez pro seu cabelo ficar assim?”

Frases ridículas para pessoas negras - Geledés

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Projeto Terça Afro discute a identidade do negro no Brasil

Encontros gratuitos acontecem todas as terças-feiras de outubro na biblioteca do CCJ, na zona norte

Um espaço para discutir práticas, saberes ancestrais e as representações da mídia sobre o negro no Brasil. É o que vai rolar no projeto “Terça Afro”, durante todo o mês de outubro. O primeiro encontro acontece no dia 7, às 19h, na biblioteca do CCJ (Centro Cultural da Juventude). A entrada é Catraca Livre.

Teatro Terça Afro Dani Vr

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Eu negra.

Por Vanessa Rodrigues

Não vou começar esse texto dizendo que sou filha de mãe branca e pai negro, porque até é um pouco isso, mas não bem assim. Minha mãe é o que costumamos chamar de morena com o cabelo liso, numa aparência mais indígena (e sabemos que cabelo liso automaticamente branqueia um brasileiro). Meu pai era negro, mas com traços caucasianos (ou “finos” como dizem, ao descrevê-lo). Ele, sim, filho de pai branco e mãe negra.

E nasci eu, uma criança “embaralhada nesse ser-não-ser negra”, como perfeitamente definiu Lia Siqueira (“Nós resistimos, negra soy!”). Assim vivi minha infância: podendo ser considerada fenotipicamente branca, de pele clara (fui chamada de galega por anos), cabelos bem cacheados castanhos quase loiros (“cachinhos de ouro” foi meu apelido dado por minha avó), mas com traços de negro: nariz e lábios “grossos”, por exemplo. E, à medida que o tempo ia passando, no corpo também a minha miscigenação ia se pronunciando mais ainda. Não a toa fui uma criança hipersexualizada. O assédio de rua que sofri começou cedo: 9 anos é minha lembrança mais remota. Hoje, tenho plena clareza que isso também passava pelo racismo.

Eu negra

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