Por Alfredo Mergulhão, Folha de S.Paulo
Tinha acabado de descer o morro do Querosene quando ouvi dois tiros. Continuei andando até o mercado para comprar três batatas, uma cenoura e pão, para fazer uma canja para o meu caçula, que estava doente.
Na volta, enquanto subia a escadaria, o pessoal da comunidade começou a dizer que meu filho tinha sido baleado [a polícia ainda não esclareceu sobre de onde partiu a bala; mais cedo, houve confronto entre PMs e traficantes em uma favela vizinha]. Ainda no caminho, soube que era o Carlos Eduardo.

A catadora Sheila da Silva fala sobre a morte do filho Carlos Eduardo, baleado em favela do Rio. Foto: Pablo Jacob/ Agência O Globo