‘Cada corrupto que se dá bem é um moleque da minha quebrada assassinado’, diz Criolo

Por Thiago Guimarães, BBC Brasil

Nos labirintos da lendária casa de shows Koko, em Londres, Criolo aparenta cansaço ao chegar para a entrevista. Aquele domingo chuvoso era o quarto dia seguido de shows em uma rápida turnê pela Inglaterra.  O repórter teme uma conversa morna pela frente, mas a impressão logo se mostraria errada. Em papo com a BBC Brasil – e no palco em seguida –, o rapper e compositor expôs sua visão sobre a crise no país.

“O que acontece hoje é que algumas pessoas extremamente inteligentes têm em suas mãos um regimento e sabem mexer com esse regimento. Sabem cada espaço, cada fresta, e ali vão criando seu império. E são capazes de tudo para proteger seus interesses, até parar o país e fazer com que as pessoas se matem na rua”, diz ele, em referência ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

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Para Criolo, ambiente de rancor no Brasil impulsionado pela crise política é “chuva de ódio” que fortalece racismo e homofobia. Foto: Divulgação

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Criolo: a certeza na quebrada é que você vai ser nada

Ao lado do pai, Cleon, o rapper Criolo, nascido na Favela das Imbuias, zona sul de São Paulo, fala sobre desigualdade social, sobre a falta de perspectiva dos jovens da periferia, preconceito e racismo. E conta como seu pai, ao levá-lo para ser socorrido num hospital após um acidente doméstico, foi acusado pelos próprios funcionários do hospital de tê-lo sequestrado.

Fonte: Ponte Jornalismo